16/02/2018

MORENÃO E SUA TRISTE SINA



                  
O MORENÃO foi Inaugurado em 1971. Inicialmente vinculado a Universidade Estadual de Mato Grosso – UEMT – ele continua sendo o único estádio universitário de instituição pública de ensino no País. Com a federalização da Universidade Estadual de MT em 1979, o orçamento para o custeio e investimentos da agora UFMS passou a ser de responsabilidade do Governo Federal, e, desde então, não houve previsão de destinação orçamentária exclusiva ou específica para sua manutenção.
Em recente conversa com um “chapolin colorado” – torcedor do EC Comercial – tentei explicar porque o MORENÃO deixou de interessar a políticos, desportistas e gestores públicos como fonte geradora de recursos com a realização de jogos de futebol e eventos culturais. Afinal é público e notório que, atualmente, a administração da UFMS reserva mensalmente cerca de 23.000 reais, que são utilizados na manutenção corretiva das instalações do estádio. Recurso oriundo do orçamento da UFMS.
Também, por determinação do Ministério Público Estadual (MPE), desde o segundo semestre de 2014, periodicamente, o MORENÃO vem sendo interditado para a realização de eventos esportivos. As recomendações de melhorias apontadas pelo MPE exigem investimentos de aproximadamente 2 milhões de reais. Pior ainda, além delas e visando atender a legislação vigente, o MORENÃO precisa de obras de modernização orçadas em cerca de 20 milhões de reais. Essas obras já foram incluídas no Plano de Desenvolvimento Institucional da UFMS, mas dependem de recursos nunca disponibilizados pelo Governo Federal.
Expliquei ao torcedor que em março de 2015, a UFMS emitiu nota oficial esclarecendo que o FUTEBOL, para ela, não era prioridade. A prioridade da Universidade seria canalizar os recursos disponibilizados em seu orçamento para sua atividade-fim: ensino, pesquisa e extensão, oferecendo formação educacional e profissional de excelência aos cidadãos.
Por isso tudo, o MORENÃO é utilizado pelos acadêmicos exclusivamente para atividades práticas do curso de Educação Física e atividades de extensão e cultura. A UFMS também utiliza as salas do Estádio para o desenvolvimento de atividades administrativas de suas diversas extensões - Editoria e Gráfica, Assistência à Saúde, Infraestrutura e Coordenadorias, Escola de Conselho, Assistência ao Aluno, Segurança e Medicina do Trabalho, Arquivo, Incubadora Pantanal, além de laboratórios de pesquisa, marcenaria e forno. É pouco? Tudo isso acaba devorando sua parca dotação orçamentária. Quase sempre falta grana...
A Reitoria da UFMS, naquela nota oficial, reconhecia que as histórias do futebol sul-mato-grossense e do MORENÃO são siamesas. Se fundem. Respeita tal fato. Porém, além do FUTEBOL não ser sua atividade-fim, o orçamento destinado ao campus local, infelizmente não comporta novos investimentos para o estádio universitário. Futebol? Teria que se virar por sua própria conta e risco...
Enfim, em sua nota, a UFMS deixou claro que, apesar das dificuldades expostas, caso houvesse interesse dos CLUBES PROFISSIONAIS e/ou de terceiros (órgãos governamentais, de empresas públicas ou privadas) na administração e/ou controle do MORENÃO... estaria aberta (como ainda está) ao recebimento de propostas que pudessem indicar e trazer soluções concretas para o recuperação do MORENÃO e, por consequência, um possível RENASCIMENTO do futebol profissional neste Estado do Pantanal...
Entenderam agora como toca a banda? Quem é que vai se habilitar?

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