O
CAMPEONATO SUL-MATO-GROSSENSE ganhou de bandeja uma boa grana da FUNDESPORTE e,
aos trancos e barrancos,
vai tocando a 40ª edição do seu torneio de futebol com mais de meio
milhão de reais garantidos sem nenhuma anuência do contribuinte estadual...
Tal verba foi disponibilizada
via convênio com a Fundação de Desporto e Lazer de MS, debaixo do beneplácito
dos nossos contestados gestores públicos. O valor servirá para pagar despesas
de VIAGENS e ALIMENTAÇÃO dos clubes, sendo rateado entre os 10 times “profissionais”
participantes do estadual...
Para amargurar a
conversa, algo em torno de 30.000 reais será redistribuído como “ajuda
de custo” para as emissoras de rádios que fazem a cobertura da
competição...
Duas perguntas ficam
no ar para serem respondidas (talvez até pelo MINISTÉRIO PÚBLICO): Os clubes
profissionais - declaradamente “COM FINS LUCRATIVOS” – dão que tipo de
justificativa para poder fazer jus à grana pública isentos de qualquer contrapartida
e/ou prestação-de-contas? Emissoras de rádios não deveriam cobrir suas despesas
através do patrocínio contratado com empresas interessadas neste tipo específico
de publicidade esportiva? Se a prestação-de-contas existe, como é que acontece sua
fiscalização?
Todos sabem que time
“profissional” não pode se declarar “sem fins lucrativos”. Também é claro que emissoras
de rádio – que tem seus locutores sob um contrato de trabalho – não podem
receber (nem deviam) “ajuda de custo” (pública) para garantir uma prestação de
serviço inerente às suas finalidades que deveria ser pago através de patrocinadores.
Hoje em dia, os times do
futebol “profissional” de MS, sobretudo os do interior, não trazem, ao competir
com o respaldo (dinheiro) oferecido pelo poder público, nenhum benefício ao
contribuinte, tanto na esfera econômica quanto na cultural, sendo incapazes de
fomentar o turismo, ou propagar a imagem do município, ou atrair investimentos
nas diversas áreas. Também, não possuem nenhum poder de motivar jovens e
adultos ou integrar comunidades, proporcionando cultura e lazer à população.
Isso há muito tempo que já não acontece por estas bandas. As suas torcidas, com
o tempo, vão virando lenda...
É inadmissível, por
exemplo, que os clubes de Campo Grande, capital de quase um milhão de
habitantes, não tenham o mínimo de capacidade ou imaginação para conseguir apoio
de qualquer uma das inúmeras empresas aqui existentes, que faturam alto, ganham
isenção fiscal, mas não contribuem com 1 real no futebol local. Enfim, com a “generosa”
ajuda de custo que recebe da CBF, a FFMS podia promover um seminário/simpósio
com os desportistas e a sociedade sul-mato-grossense para buscar uma luz no fim
do túnel...
Será que seria pedir demais???